Desemprego atinge mais 4 mil em SC

Puxado pela indústria e pela agricultura, o desemprego atingiu mais 4.209 catarinenses em abril. Os números (veja o gráfico abaixo), que foram apresentados pelo ministro do Trabalho, Manoel Dias, em Florianópolis, na última sexta-feira (22), são reflexo da estagnação da economia para as entidades empresariais.

Em todo o Brasil, a taxa de desocupação em abril de 2015 foi estimada em 6,4% para o conjunto das seis regiões metropolitanas investigadas pela Pesquisa Mensal do Emprego divulgada pelo IBGE, ficando estável frente a março (6,2%). No confronto com abril de 2014, a taxa ficou 1,5 ponto percentual maior (passou de 4,9% para 6,4%). É a maior taxa desde maio de 2011.

Para a Fecomércio/SC, a alta da taxa de desemprego em abril está ligada à estagnação da economia dos últimos meses, à queda dos índices de confiança empresariais e à perspectiva de recessão em 2015.

Um ponto que chama atenção da Fecomércio/SC é a queda no salário médio, estimado em R$ 2.138,50. Este resultado foi 0,5% menor que o registrado em março (R$ 2.148,71) e 2,9% inferior ao obtido em abril de 2014 (R$ 2.202,08).

Ainda na sexta, antes de anunciar os números (os dados completos estão aqui), o ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, encontrou-se com empresários de Itajaí, e disse que o país voltará a crescer no segundo semestre.

— Esse momento difícil vai ser superado. O governo está fazendo as correções necessárias e vai anunciar, em breve, cortes também no setor público [confirmados em 69,9 bilhões, à tarde]. A crise sempre é política e isso se reflete na economia. Mas, com os ajustes e com o nosso mercado interno de 100 milhões de consumidores, o comércio vai se recuperar e a indústria vai voltar a investir — disse Manoel Dias.

Grande Floripa

Florianópolis, Palhoça e São José registraram números altos entre os municípios com mais de 30 mil habitantes. Respectivamente, foram 8.807, 5.466 e 1.822 demissões. No topo da lista de desligamentos está Joinville, onde foram registrados 8.987 demitidos. Biguaçu teve 631 pessoas demitidas.

No saldo de empregos, que calcula a quantidade de admissões e demissões, as quatro maiores cidades da Grande Florianópolis tiveram variações pequenas. Na Capital o saldo foi de 385 postos fechados, São José teve 119 vagas a mais, Palhoça registrou 155 empregos gerados e Biguaçu ficou com 32 vagas a menos.

Investimentos

Manoel Dias afirmou que o Ministério do Trabalho e Emprego investirá perto de R$ 150 bilhões. Segundo ele, R$ 56 bilhões deste total serão para a casa própria dentro do programa Minha Casa, Minha Vida; R$ 17 bilhões irão para obras de saneamento; R$ 12 bilhões para a mobilidade urbana; e R$ 44 bilhões em obras de infraestrutura.

Segundo o ministro, apesar do fechamento de quase 100 mil vagas em abril no país, o governo está atento a esse momento de adaptação do mercado.

— Isso vai passar. O mercado está assustado com a volta da inflação e com o problema da corrupção, que está sendo investigado. Pela primeira vez nesse país os corruptores estão presos. Isso é uma mudança positiva. Mas o Brasil tem um dos maiores mercados do mundo. Por isso estamos investindo em inovação e qualificação da mão de obra. Um profissional qualificado não fica sem emprego. Hoje, o Portal Mais Emprego, do nosso Ministério, tem mais de 700 mil postos de trabalho em oferta. São 72 mil vagas somente em Santa Catarina — apontou Dias.