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Nos pênaltis, Brasil vence o Chile e está nas quartas de final

Nunca se viu nada igual. Foi para matar cardíaco. Provocar crise de nervo em mosteiro. Um sofrimento jamais visto. Mas foi também emocionante como só um mata-mata de Copa pode ser. Que se abra processo de canonização para São Julio César no Vaticano pelos dois milagres nos pênaltis. 

Quase o Chile crava um "Mineiraço" no Brasil. A Seleção não mostrou futebol de campeão. Mas valeu pela vaga após 1 a 1 no tempo normal e 0 a 0 na prorrogação, com 62 mil pessoas cantando o hino durante o jogo e gritando "Eu acredito". O primeiro tempo foi do Brasil. O segundo tempo, do Chile. A prorrogação, de ninguém, tal o cansaço dos dois times.

O Chile, ao seu estilo, teve mais posse de bola. Com três zagueiros bem postados e muita ajuda na marcação de Aránguiz e Diaz, se defendeu para apostar no lance isolado de contra-ataque, com Vargas e Sánchez. Quem propôs o jogo foi o Brasil. Um roteiro previsível, pelas características das duas equipes.

Felipão reservou uma surpresa para Jorge Sampaoli no primeiro tempo. Em vez de segurar Luiz Gustavo e soltar Fernandinho, fez uma inversão. Assim, de cão de guarda à frente da zaga, quase proibido de avançar, Luiz Gustavo se desprendou até o flanco. Cavou escanteios. 

Em um deles, saiu o gol da Seleção no tempo normal. Neymar cobrou, Thiago Silva desviou e David Luiz completou meio de coxa, meio ajudado pelo pé do zagueiro: 1 a 0.

Parecia que ia mesmo ser moleza. Menos de 20 minutos (o gol foi aos 18), placar aberto, os cerca de 5 mil chilenos, assustados, decerto temeram a sina se aproximando: jogar como nunca, perder como sempre para o Brasil. Então, a Seleção resolveu tornar o jogo mais emocionante.

Numa cobrança de lateral na bandeirinha de escanteio, Marcelo arremessou até Hulk. Que podia ter fechado os olhos e isolado a bola com sua força de super-herói, mas devolveu de toquinho. 

Vargas chegou antes e serviu Sánchez. Já dentro da área, ele agiu com a frieza de Barcelona: cruzado, rasteiro, no canto. Era o Brasil dando o empate de presente, aos 32. A torcida cantou na hora. O time respondeu com chances. Neymar, de cabeça, aos 35. Fred, aos 38 e 42.

O cenário piorou na volta do intervalo, sempre com a posse de bola do Chile. Hulk, aos 9 minutos, desempatou, mas o inglês Howard Webb, tão criticado pelos chilenos, ajudou o time de Sampaoli. Viu toque de mão inexistente antes da conclusão. Gol mal anulado. 

O contra-ataque "rojo" se tornou perigoso na medida em que os nervos provocavam erros de passes infantis da Seleção. Em um deles, Aránguiz finalizou na área e Julio César espalmou, numa defesa de puro reflexo e bênção divina. 

A entrada de Ramires no lugar de Fernandinho não soltou mais o time. O Chile seguiu com a bola no pé, especulando e apostando nos nervos em frangalhos da Seleção e de 62 mil torcedores no Mineirão. 

O jogo caiu de ritmo, com os times temendo a prorrogação. Hulk, aos 36, obrigou Bravo a espalmar. O Chile ficou mais perto de fazer o segundo do que o Brasil, ainda quem se criar chance clara. 

Veio a prorrogação, com a torcida cantando o hino. A partida virou de superação, com o tanque do fôlego vazio. Futebol, mesmo, quase nada. Depois, os pênaltis. E a tensão. O sofrimento. E São Julio Cesar defende duas vezes: 3 a 2 para o Brasil, gols de David Luiz, Marcelo e Neymar.

Nunca se viu nada igual em Copas, mas é preciso jogar mais para a sexta estrela.

COPA DO MUNDO, OITAVAS DE FINAL, 28/06/2014

BRASIL

Julio César; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Luiz Gustavo, Fernandinho (Ramires 27'/2ºT), Oscar (Willian INT/prorrogação), Neymar e Hulk; Fred (Jô 18'/2ºT)

Técnico: Luiz Felipe Scolari

CHILE

Bravo; Francisco Silva, Medel (Rojas 2'/2ºT prorrogação) e Jara; Isla, Marcelo Díaz, Aránguiz, Vidal (Pinilla 41'/2ºT) e Mena; Vargas (Gutiérrez 11'/2ºT) e Sánchez

Técnico: Jorge Sampaoli

Gols: no primeiro tempo, David Luiz (B), aos 17 minutos, e Sánchez (C), aos 31

Cartões amarelos: Mena, Silva, Pinilla (C); Hulk, Luiz Gustavo, Jô, Daniel Alves (B)

Arbitragem: Howard Webb, auxiliado por Michael Mullarkey e Darren Cann

Local: Mineirão, Belo Horizonte

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