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Porto Belo e Bombinhas correm risco de ficar sem água


O abastecimento de água em Porto Belo e Bombinhas, no Litoral Norte de Santa Catarina, que voltou a ficar crítico desde a última quinta-feira, tende a piorar se não chover nos próximos dias. Conforme o diretor de Operações da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan), Paulo Meller, a companhia está sem reservação de água e, devido à estiagem, a vasão nos pontos de captação está menor do que o consumo.

_ Existe o risco, claro _ admite Meller ao ser perguntado sobre a possibilidade de faltar água.

Na segunda-feira a Casan emitiu um comunicado para a população dos dois municípios em que pede para os moradores fazerem economia: "A Casan pede desculpas pelo transtorno e reforça os apelos para que a população colabore economizando o máximo possível até que a situação do manancial se regularize", informa o texto.

Na quinta e na sexta-feira da semana passada uma chuva leve mas constante amenizou o quadro na região, mas a interrupção da chuva no fim de semana, aliada ao consumo alto de sábado e domingo, voltou a agravar o abastecimento, informou a Casan. De acordo com a companhia, a precipitação pluviométrica registrada foi muito abaixo do normal no mês de janeiro.

Segundo Meller, na segunda-feira entrou em vigor uma nova divisão de água entre a Casan e a Companhia Nacional de Saneamento (Conasa), que abastece Itapema. A determinação da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico e Sustentável (SDS), que regula a distribuição de água, vale para o ponto de captação na barragem do Rio Mansinho, afluente do Rio Perequê, em Itapema. Agora a Conasa está autorizada a retirar 58% da vasão e a Casan os outros 42%.

Para monitorar o que cada empresa está retirando de água, a SDS determinou que fossem instalados medidores de água na barragem. De acordo com Meller, nesta quarta-feira técnicos das duas empresas irão até o local para checar se a determinação está sendo cumprida.

_ Extraoficialmente, a informação que temos é que a Conasa está retirando muito mais água do que a Casan _ disse Meller, sem querer citar números.

Questionada, a Conasa afirma retirar a quantia autorizada na outorga pela SDS.


Porto Belo volta a sofrer com turbidez e desabastecimento

Na casa do técnico em informática Átila Rogério da Silva, 35 anos, desde a última quinta-feira há períodos do dia em que só chega água turva com lodo. Ele, que é morador da Rua Colombo Machado Salles no bairro Perequê, conta que a situação é pior na localidade e no bairro Vila Nova.

Inconformado com a situação, Átila ingressou no Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC) uma ação individual e outra coletiva, baseada em um abaixo-assinado que coletou 992 assinaturas, para que o órgão cobre explicações da Casan sobre a turbidez (água turva) e sobre o desabastecimento. E também para que o MP-SC exija da Casan a realização de obras a curto, médio e longo prazos para resolver definitivamente o problema da água no município.

Segundo Átila, o principal problema é a falta de reservação de água pela Casan, que está com a lagoa vazia. 

_ A água que chega à lagoa já é retirada para tratamento, sem que haja tempo de ela decantar. As máquinas da estação de tratamento não dão conta de retirar toda a sujeira e a água chega nas torneiras com lodo _ denuncia o morador. 

Átila ainda pretende entrar com ação na Procuradoria-Geral do Estado, para que o órgão também monitore as operações da Casan no município.


Bombinhas tem ruas sem água há quatro dias

Segundo a prefeita de Bombinhas, Ana Paula da Silva, há ruas dos bairros Bombas, Zé Amandio e Zimbros sem água há quatro dias. 

_ Dependemos do tempo, se chover é capaz de não haver uma falta de água mais agressiva. O que é certo é que estamos sem reservação, as pessoas têm que economizar e rezar para chover _ afirma Ana Paula.

A prefeita teme que a situação se agrave ainda mais no Carnaval.

_ Estamos a 10 dias do Carnaval, se já tem falta de água agora imagina no feriadão _ observa.

Ana Paula disse que o desabastecimento é "um desrespeito com Bombinhas". Ela atribui os problemas à falta de investimento da Casan nos pontos de captação de água e também na rede de distribuição. Conforme a prefeita, o município já notificou a companhia. Caso a empresa não cumpra o que ficou acordado, como obras de melhoria na rede de distribuição da cidade, a prefeita cogita romper o contrato.

A Casan nega que o problema de falta de água seja em decorrência da reservação e atribui o problema à falta de chuvas. A companhia disponibilizou quatro caminhões pipa para atender a esses moradores. Quem precisar solicitar o serviço pode entrar em contato com a companhia pelo 3369-2297.

O SOL DIÁRIO


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